Kaique Ferrarezi Simões, 30 anos, está desaparecido desde o último domingo (8)
O desaparecimento de Kaique Ferrarezi Simões, 30 anos, intriga familiares e moradores de Mauá desde o último domingo (8), quando ele foi forçado a entrar em um carro por um casal no saguão do Hotel Xangai, no Centro da cidade. A cena foi registrada por câmeras de segurança do estabelecimento e, desde então, o paradeiro do jovem é desconhecido.
Segundo informações do BO (Boletim de Ocorrência), Kaique havia deixado a casa onde morava com a companheira na quinta-feira anterior (5), por determinação judicial. Ele era alvo de uma medida protetiva com base na Lei Maria da Penha, com trâmite na Delegacia de Defesa da Mulher de Mauá. Desde então, vinha se hospedando no hotel localizado na Rua Ione, no bairro Vila Bocaina.
Ainda de acordo com o registro policial, na manhã de domingo, por volta das 9h, um homem aparentemente armado com uma barra de ferro o abordou no saguão do hotel, acompanhado de uma mulher. O casal obrigou Kaique a entrar em um carro modelo GM/Celta. A partir das 8h daquele dia, ele já não respondia mais a mensagens da família. Na terça-feira (10), a mãe e o irmão da vítima procuraram a polícia para registrar o desaparecimento.
Imagens do hotel e investigações iniciais levaram à identificação do casal como Renato do Nascimento Meira, 40 e Shirley Moratto Garcia, 40. Ela compareceu à delegacia e confessou que ela e Renato abordaram Kaique, alegando que o jovem tinha uma dívida com ela e que ambos queriam pressioná-lo a pagar.
Segundo seu relato, após a abordagem, Kaique teria iniciado uma luta corporal com Renato dentro do carro e conseguido fugir do veículo em movimento. Diante dos fatos, Shirley foi presa em flagrante na terça-feira (10), sob a acusação de sequestro e cárcere privado. No entanto, na audiência de custódia, a Justiça decidiu pela liberação da indiciada, aplicando medidas cautelares.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o crime pelo qual Shirley foi indiciada tem pena inferior a quatro anos, o que impede a decretação de prisão preventiva, cabível apenas para crimes dolosos com pena superior a esse limite. A Justiça também considerou o fato de ela ser ré primária e ter se apresentado voluntariamente para colaborar com as investigações. Além disso, Shirley afirmou ser a principal cuidadora de um filho com deficiência, o que, à luz do princípio da razoabilidade, justificou a substituição da prisão por medidas cautelares.
Renato do Nascimento Meira, acusado de executar a abordagem armada, não foi localizado e não participou da audiência de custódia. Ele aparece no inquérito como averiguado e segue sendo procurado.
A investigação está em andamento e é conduzida pela Delegacia Sede de Mauá, que realiza diligências para tentar localizar Kaique e esclarecer os desdobramentos do caso.
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